Dr. Anatoly Ulianov: Porque é que as pessoas subitamente se começaram a unir? Elas poderiam tê-lo feito há 100 ou 200 anos atrás, se unirem e revelarem a espiritualidade. Mas por certa razão isso não aconteceu. Além do mais, as pessoas só começaram a falar sobre interacção de grupos no século 20. Formar grupos e discutir perguntas comuns é uma inovação do século 20. No passado este tipo de coisa simplesmente não existia.
Dr. Michael Laitman: A ciência existe desde os tempos da antiguidade. Por exemplo, Aristóteles, Platão e seus predecessores escreveram sobre a alma, sobre percepção e procuraram o lugar onde a alma existe. Todavia, a psicologia como ciência surgiu e se desenvolveu somente no século 20.
Porque esperaram as pessoas tantos séculos?! Onde estavam estes cientistas há alguns milhares de anos atrás, pelos quais o homem não compreendia quem ele é e o que ele é? Houveram algumas tentativas de nos estudarmos a nós mesmos anteriormente também, mas elas foram feitas em tal nível primitivo que um só conseguia ter vergonha daquelas pessoas!
Elas construíram cidades, países, conquistaram terras e governaram-as, mas elas não sabiam nada sobre si mesmas. Elas descobriram novas terras, desenvolveram tecnologias e a economia e fizeram revoluções. Mas o que as conduziu a isso? Porque é que elas não tinham uma exigência interior ou carência para descobrir "Homem, quem és tu?"
Aparentemente, isto depende do nosso desenvolvimento interno. Esta necessidade não surgiu em nós anteriormente e deste modo nós não nos envolvemos nisso, não tínhamos esta pergunta. Se não há pergunta, então não há nada para revelar e nada sobre que trabalhar. Eu não tenho um sexto dedo na minha mão e eu não sinto necessidade dele. Então como posso eu desejar que ele cresça na minha mão?
Estamos agora a entrar numa fase específica de desenvolvimento onde uma exigência interior de nos conhecermos a nós mesmos nos está a ser revelada. Ela está a surgir porque nós temos de entrar no próximo nível de percepção e realização.
A psicologia moderna formou-se há 100 anos atrás e continua a desenvolver-se até este dia. Mas olha como se tornou parte das nossas vidas. Anteriormente, não era um passatempo tendencioso sequer para os aristocratas, para não mencionar donas de casa. Elas não quereriam saber menos da psicologia.
Mas agora o mundo está a tornar-se integral, interconectado e interdependente. E está a surgir a necessidade de se tornar familiarizado com a psicologia, a das massas, o público, o indivíduo, as diferentes nações, pessoas de todas as idades e a psicologia da família.
Estamos a conectar crescentemente o estado interior de uma pessoa à sua percepção e realização do mundo, à sua visão mundial. Estamos a começar a sentir que o mundo é um resultado ou função dos nossos estados interiores.
Paralelas à psicologia, as mesmas ideias estão a ser desenvolvidas na física. Einstein pensou que tudo no mundo é relativo, e Hugh Everett pensou o mesmo. Todavia a física parece uma ciência seca. Pensamos, "Oh bem, engenharia, o que é que importa, a sério?" Mas a física está também a começar a conectar realização, revelação, experimentação e as mudanças a acontecerem no mundo com a consideração pelas qualidades internas do investigador.
Se o investigador está a movimentar-se ou a mudar por dentro, isso muda o mundo. Acontece que a sensação de tempo, espaço e movimentos no espaço são as nossas coordenadas interiores, que não existem fora de nós. Elas podem ser diferentes para pessoas diferentes. Desta forma, o nosso entendimento comum depende de como as sobrepomos.
Por vezes visualizamos luz como partículas e às vezes como ondas. Se algo se está a movimentar ou não depende do observador. Está o observador inerte ou em movimento? O que está a acontecer com tudo isto?
Os cientistas chegaram precisamente à fronteira do mundo material, onde tudo se torna totalmente enevoado e obscuro em relação a para onde tudo caminha. Isto é pouco claro para os físicos e para os psicólogos, mas eles estão perto de compreenderem que apenas um novo meio de realização integral do mundo nos levará ao próximo nível.
Nós iremos iremos alcançar-nos a nós mesmos e ao mundo precisamente quando o descobrirmos dentro de nós. Então chegaremos à conclusão que ele só aparece perante nós como um espelho, como se ele existisse fora de nós, ao passo que na realidade está tudo dentro de nós e não há nada no exterior. Tudo o que é sólido, que ocupa espaço e global, tudo até ao espaço sideral, só parece existir. Mas na realidade, estas são apenas as nossas próprias sensações.
Quando os psicólogos compreenderem isso, a psicologia irá tornar-se a ciência mais importante! Seremos capazes de medir a força integral de acordo com a realização das qualidades e fronteiras do mundo. Ganharemos controlo sobre as dependências funcionais entre este novo, órgão interior de percepção e o que é sentido dentro dele. Esta será a nova psicologia. Ela incluirá todas as outras ciências porque o homem será colocado no centro desta percepção.
Os pontos supramencionados foram retirados do livro A Psicologia da Sociedade Integral por Dr. Michael Laitman e Dr. Anatoly Ulianov.
