Purim, conhecido como o feriado da alegria, representa o ápice da jornada espiritual do indivíduo e da humanidade. Na Kabbalah, esta celebração simboliza a vitória sobre o egoísmo, representado por Hamã, e a adesão ao Criador, simbolizada por Mordechai. Esses personagens não são apenas históricos, mas refletem forças internas que operam dentro de cada ser humano.
A narrativa de Purim descreve um estado de ocultação espiritual, simbolizado por Ester, no qual o indivíduo sente a desconexão do Criador. Essa ocultação é essencial para que o ser humano descubra sua dependência do Criador e escolha voluntariamente superar seu egoísmo. O jejum de Ester, por exemplo, representa o esforço para reduzir os desejos egoístas e abrir espaço para a conexão e doação.
O programa destaca que, em Purim, o ser humano alcança um estado onde não há mais distinção entre "maldito seja Hamã" e "bendito seja Mordechai". Esse paradoxo reflete a percepção de que tanto as forças negativas quanto as positivas desempenham papéis indispensáveis no processo de correção espiritual. A luz da sabedoria revelada nesse estágio é chamada de "Luz de Purim", uma iluminação que abrange todos os aspectos da criação.
Os costumes de Purim, como o uso de máscaras, simbolizam a ocultação da força superior por trás da realidade. Ao remover as "máscaras" espirituais, o indivíduo percebe que as dificuldades e alegrias foram ferramentas para alcançar a perfeição. A entrega de presentes e doações aos necessitados reflete o princípio de doação e a conexão entre as pessoas, fundamentos para revelar o Criador.
Purim é considerado tão elevado que, segundo a Kabbalah, será o único feriado a permanecer no futuro, representando a correção final da alma. Esse estado é descrito como a conexão perfeita com o Criador, onde o prazer infinito pode ser recebido sem limitações, em equilíbrio com as leis espirituais.
Assim, Purim nos ensina que cada desafio enfrentado no caminho espiritual contribui para a revelação da luz, transformando a escuridão em um degrau para a perfeição. Essa celebração não é apenas uma comemoração, mas um convite para refletir sobre o propósito da vida e a unidade que podemos alcançar ao superar o egoísmo.
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