Como um Fantoche por um Fio
Traduzido de: Kabbalah Today issue #1
Claramente, a morte de Saddam Hussein não vai impedir a violência. De uma perspectiva espiritual, Saddam era apenas um fantoche por um fio.
"Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o Seu querer, o inclina." (Provérbios 21:1)
Mais de 3.000 soldados Americanos já morreram no Iraque. Centenas de milhares de civis Iraquianos foram mortos pelos seus compatriotas. Em ambos os casos, os números aumentam até enquanto você lê estas linhas. O Iraque é um reflexo triste do estado em que o mundo se encontra.
De acordo com o Cabalista Rabi Yehuda Ashlag (1884-1954), este é apenas o inicio. Nos seus "Escritos da Ultima Geração," ele escreveu que se a humanidade não mudasse o seu percurso, iria ser arrastada para uma terceira e até uma quarta guerra mundial e os que sobrassem iriam ter de fazer a mudança necessária que estamos a enfrentar hoje.
Não é uma questão de boas escolhas politicas ou más; não há um único individuo mau que esteja a levar o mundo à destruição. Há uma razão pela qual o mundo está em crise e quanto mais cedo compreendamos esta razão, melhor a nossa situação se tornará. Tal como o Rei Salomão disse, não está nas mãos dos Reis ou governantes determinar para onde o mundo caminha, está na mão da Força que criou e dirige o mundo. Por isso foi escrito, "A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há senão Ele." (Deuteronomio 4:35).
O Cabalista Ashlag também escreveu que a frase, "nenhum outro há senão Ele," significa que tudo o que acontece, todos os acontecimentos bons e maus e todos os amigos e vilões que vemos perante nós são Seus mensageiros. Se assim for como nos relacionamos com eles, iremos descobrir o Criador através dos nossos relacionamentos com as pessoas que nos rodeiam.
Nos seus últimos dias, Ashlag escreveu uma série de ensaios descrevendo como os acontecimentos se irão revelar à medida que a humanidade alcança a espiritualidade. Hoje chamamos a esses escritos, "Os Escritos da Ultima Geração." Enquanto descrevia que estes acontecimentos têm de se revelar, ele escreveu que poderíamos escolher experimentá-los como processos espirituais, nos quais não se iriam materializar no mundo fisico, ou como processos físicos, neste caso manifestando-se como conflitos e confrontos entre as pessoas e entre a humanidade e natureza.
Ashlag também explicou que o ego humano desenvolve-se continuamente em quantidade e qualidade. É por esse motivo que queremos constantemente mais dinheiro, mais poder, mais sexo, mais de tudo. Mas no pico do egoísmo, ele escreve, iremos querer controlar o mundo inteiro, saber como tudo funciona e governa-lo. Resumidamente, iremos querer tornar-nos como Deus.
A Cabala e praticamente todos os textos espirituais, explicam que o Criador é bom e desta forma quer fazer-nos bem, Suas criações. Porque não há nada melhor que o Criador em si, Ele quer dar-nos tudo que Ele pode de Si mesmo: todo o Seu conhecimento e todos os Seus poderes.
Para levar a cabo isto, Ele criou uma "escola," um "recreio" onde podemos praticar sendo Criadores. Este é o nosso mundo. As regras do jogo são mesmo muito simples:
1. Ele é bom e então quer fazer-lhe bem. Reconhecidamente, você não o sente. Se o soubesse, não teria de escolher entre ser bom ou não; saberia o que fazer para ser como Ele. Mas há uma partida: quando souber o que fazer, irá tornar-se um macaco de imitação, não um estudante que aprende tudo através da sua própria examinação.
2. Se Ele é bom e Eu quero ser como Ele, Eu, também, tenho de ser bom. Para quem posso ser bom se não o consigo Ver? Posso "praticar" ser bom com as outras pessoas.
3. Cada vez que descubro uma qualidade má em mim e aprendo como transforma-la numa boa através da prática nos outros, Eu "licencio-me" e avanço para uma qualidade ainda pior. Isto é na verdade desenvolvimento positivo. Aperceber-se de que está pior do que pensava não significa que se tenha tornado pior; isto significa que cresceu, que "ganhou" o direito de se conhecer a si mesmo melhor. Ironicamente, o reconhecimento do seu mal é a recompensa pelo seu bom comportamento.
Avançamos na espiritualidade tentando construir um mundo melhor e uma sociedade melhor. O Criador ajuda-nos enviando testes mais duros para ultrapassar. É por isso que o ego humano se desenvolve continuamente - quanto maior o ego, maior o teste. Com cada teste que passamos, iremos tornar-nos "donos" do próximo nível; ganhamos a habilidade de nos relacionarmos com ele da perspectiva do Criador. Em cada grau, não somos mais fantoches presos por fios porque ganhamos o conhecimento e o poder do Criador.
As atrocidades no nosso mundo reflectem o nosso inchado e incontido egoísmo. Mas estas provações não tem de se manifestar como catástrofes naturais, terrorismo ou pandemias globais. Se canalizarmos os nossos egos na direcção certa no momento em que aparecem, não terão de se manifestar em tais exibições horrendas.
O ego humano aponta apenas as qualidades nas nossas almas que (ainda) não são similares ao Criador. Inicialmente, estas qualidades parecem inconveniências menores, como uma leve dor de cabeça. À medida que o ego cresce e a nossa dissimilaridade com Ele continua, a dor de cabeça torna-se uma enxaqueca. Mas se trabalharmos em nós mesmos por dentro então é apenas uma dor de cabeça, não se irá tornar uma enxaqueca e não teremos de lidar com tragédias colossais. Iremos sentir a vida como uma revelação continua, uma série de possibilidades incontáveis de nos tornar-mos como o Criador. As nossas relações com os outros irão revelar oportunidades infinitas para alcançarmos similaridade com Ele. Como consequência, iremos amar os outros, em vez de odiar. Então, a dura escola irá tornar-se um alegre recreio.
Para que isto aconteça, precisamos de um método de ensinamento. A Cabala refere que se não há ninguém para além Dele, então foi Ele que colocou o ego em nós e Ele deve te-lo feito por uma razão. Em vez de suprimir o ego, a Cabala oferece livros de estudo (e outros meios modernos de aprendizagem) que nos ensinam como canalizar os nossos egos da mesma forma que o Criador canaliza os corações dos réis.
Esta é a grande revelação que a Cabala apresenta ao mundo. Em vez de nos matar uns aos outros, podemos aprender como ser omniscientes, todos poderosos, como Deus.. e felizes.
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