Devastação na Babilónia dos Tempos Modernos
Traduzido de: Kabbalah Today issue #6
A ideia de união entre todos os seres humanos é nos tão imaginária como um conto para crianças. Na antiga Babilónia, alguém tinha uma forma para a humanidade se unir. Hoje o nosso mundo precisa de tal método mais do que nunca
"..éramos como uma pilha de nozes, envoltos num saco que nos unia. Esse nível de união não os torna um corpo integro. Mesmo o mais pequeno movimento que o saco faz fa-los balançar e separarem-se uns dos outros. Estes, por sua vez, juntam-se parcialmente unem-se novamente. Qualquer força de unificação é devida a um incidente externo. Isto é muito triste."
Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
HaUma (A Nação)
União. Isto é o que experimentamos de tempos a tempos, em momentos que nos juntam como pessoas. Celebramos os feriados Judaicos, cada um à sua maneira e partilhamos muitas experiências colectivas enraizadas na nossa cultura.
Mas tais experiências não são suficientes para nos concederem um verdadeiro sentimento de pessoas unidas. Como Baal HaSulam o mostra alegoricamente, para o observador parecemos ser como nozes num saco, unidos apenas pela veste que nos une. Qualquer toque do exterior faz com que os conteúdos se balancem para a frente e para trás e quando pressionados, estes se unem. Quando nada os pressiona do exterior, estes permanecem separados.
Obviamente, este tipo de união não nos faz verdadeiramente sentir unos.
O que Torna as Pessoas em Uma Pessoa?
Há 231 anos atrás, os Estados Unidos declararam a sua independência. Os seus residentes vieram de toda a Europa, África e Ásia. Estes eram Judeus, Cristãos e outros de muitas religiões e nacionalidades e todos eles deixaram as suas pátrias para se movimentarem à "terra das oportunidades ilimitadas."
Estas pessoas, separadas pela língua, fé e cultura tinham uma coisa em comum - um desejo ardente de um novo e mais luminoso futuro. Então, estas criaram uma ponte sobre as suas diferenças e avançaram para estabelecer um vasto sistema de troca.
Ao contrário dos Estados Unidos, quando as pessoas de nações diversas se juntaram para estabelecer um país baseado no lucro e beneficio, os países Europeus eram baseados num fundo ético comum. A Inglaterra, França, Rússia, Alemanha e outros países eram compostos de tribos da mesma raça. Para estes países, a sua origem comum era a força que os unia.
É simples pensar que os Judeus, também, partilham uma origem comum. Porém, geneticamente falando, não existe um "Gene Judeu."
Um Tipo Diferente de União
Para compreender no que é baseado "o povo Judeu", precisamos de fazer uma curta viagem à Babilónia de há 5.000 anos atrás. Mesopotâmia, e especialmente a sua capital, Babilónia, era uma panela em ebulição muito como a Nova Iorque de hoje. Na verdade, de muitas formas, a Mesopotâmia é o berço da civilização. Nesse tempo, a humanidade era construída como um ajuntamento de clãs. Uma proximidade instintiva e animalesca fazia com que as pessoas se sentissem muito próximas uma à outra, como numa família.
Mas à medida que o tempo foi passando, o egoísmo humano intensificou e começou a fazer com que as pessoas se afastassem umas das outras, para as alienar. As pessoas tornaram-se cada vez mais concentradas em interesse pessoal, ignorando as necessidades dos outros. Após algum tempo, a exploração e ódio surgiram.
Um dos Babilónios foi capaz de ver como a humanidade, uma vez uma calorosa família, se estava a tornar num covil de leões. Mas não foi tudo o que ele viu. Abraão percebeu que por trás da superfície egoísta, a humanidade era, na verdade, uma entidade colectiva e una, como células num corpo.
Abraão percebeu um ponto crucial: assim que a humanidade transcende o seu egoísmo e se reúne numa entidade una, irá igualar-se à força inclusiva de amor que une todas as partes da Criação - o Criador.
Armado com a sua nova percepção, Abraão começou a desenvolver um método capaz de permitir todas as pessoas a transcenderem os seus egos e se ligarem ao Criador. Porém, poucos dos contemporâneos de Abraão, expressaram qualquer preocupação em corrigir os seus egos. A minoria que seguiu o seu método iria na verdade tornar-se o primeiro grupo de Cabalistas da história. Por fim, este grupo transformou-se no que conhecemos hoje como o "povo de Israel."
Porque eram eles chamados "Israel"? Ysrael (Israel) é uma combinação de duas palavras: Yashar (directamente) e El (Deus). Então, Israel significa "Directamente a Deus." O nome implica a essência de união entre as pessoas de Israel: um laço profundo e eterno que os liga à Natureza em si, para além da raça, nacionalidade ou considerações pessoais.
Longe do Olho Público
Uma vez que o egoísmo humano continuou a crescer para novas alturas (ou humildades), o povo de Israel gradualmente perdeu a sua união, assim como o seu laço com a Natureza inclusiva, o Criador. Isto aconteceu em duas fases chamadas "a ruína do primeiro e segundo Templos."
Eventualmente, só alguns poucos sobraram que conseguiam sentir a imensidão da Natureza. E durante aproximadamente dois milénios, longe dos olhos do público, estas pessoas, que chamamos "Cabalistas" continuaram a desenvolver o método de correcção de Abraão e a adapta-lo ao ego (ainda) em crescimento da humanidade.
Consequentemente, à medida que os anos foram passando, a Cabala autêntica tornou-se envolta em mistério e imersa em más interpretações e por ultimo, manchada pelo comercialismo.
Os Cabalistas têm estado a preparar o método para um tempo em que a humanidade chegasse ao topo do egoísmo. Neste ponto, iriam estar prontos e dispostos a usar a Cabala como um método de correcção, e não como outra coisa qualquer. Agora, esse tempo chegou.
Vivendo na Babilónia dos Tempos Modernos
Hoje, as nossas vidas não são muito diferentes das dos que viveram na antiga Babilónia. Admitidamente, temos uma variedade de comidas, roupas e comunicação e transportes de alta tecnologia e tudo mais. Ainda assim, o nosso mundo está inundado pela corrupção, ódio, segregação, terrorismo e outras formas de ameaça. Torna-mo-nos tão "sóbrios" pelo ódio e dor e tão cínicos que ideais como "amor pelo homem" nos soam absurdos, se não inconcebíveis.
Quando mais a crise global escala, mais dedos acusatórios irão estar apontados aos Judeus. O motivo é na verdade simples: A Natureza atrai todas as suas partes para a unificação, como um íman no centro do seu campo. Mas para ser atraído para o centro, precisamos de implementar a correcção, ou o método de criar laços, desenvolvido e guardado por Israel. Enquanto não estivermos a usar o nosso método de correcção, toda a humanidade irá permanecer à deriva e a tensão entre o que deveríamos estar e onde estamos na verdade irá continuar a crescer. Como resultado, conscientemente ou não, as outras nações irão ser impelidas a fazer com que Israel se mova.
Nós Judeus temos de reconhecer o mérito da sabedoria que possuímos e coloca-la em prática. A sabedoria autentica da Cabala não têm nada a ver com qualquer tipo de misticismo ou crença. É em vez disso um método sistemático, impresso na Natureza em si, dirigido a elevar a humanidade à sua próxima fase de evolução.
Quando encontrarmos dentro de nós o desejo de ressuscitar a nossa interna união, iremos descobrir o amor natural que espera todos os seres humanos, o tipo de amor que estamos destinados a repartir pelo mundo. Nas palavras do Profeta Isaías, iremos ser "a luz das nações."
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Feature Article: Havoc in Modern-Day Babylon
ARTICLE: Who is to Blame? - Selected pieces from a discussion on Baal HaSulam's article "Introduction to the Book of Zohar" by Rav Michael Laitman, PhD
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