Esperando que o Mundo Mude
Traduzido de: Kabbalah Today Issue#23
O que nos impede de fazer um mundo melhor? – A nossa natureza humana egocêntrica. Mas ainda há esperança – um estado perfeito de existência espera por nós.
Muitos de nós esforçam-se para criar harmonia e equilíbrio; incomoda-nos ver a injustissa no mundo. Vemos que algumas pessoas têm mais dinheiro e coisas que uma pessoa precisa verdadeiramente para a sua subsistência, enquanto que outros têm tão pouco que lutam apenas para sobreviver. É muito difícil racionalizar todo o excesso que existe no mundo quando há tantas pessoas que têm uma habilidade limitada para até manter a sua vida. Então se há alguns que têm demasiado e outros que têm muito pouco, porque é que os que têm mais do que precisam partilham com os que não têm nada? Não resolveria isso logicamente o problema?
Egoísmo Experimentando com a Igualdade
Recentemente li um artigo sobre o professor de uma faculdade de economia que ensinou aos seus estudantes uma lição interessante. A aula insistia que era boa ideia que o governo controlasse e dividisse a riqueza para que ninguém fosse pobre e ninguém fosse rico; eles pensaram que seria um grande equalizador. O professor sugeriu que tentassem uma experiência na aula. Todas as notas seriam ajustadas à média e todos receberiam a mesma nota. A aula concordou.
Depois do primeiro teste, as notas foram ajustadas e todos receberam um 10. Obviamente os estudantes que estudaram afincadamente ficaram chateados, enquanto que os que estudaram pouco ficaram felizes. Assim que o segundo teste se desenrolou, os estudantes que estudaram pouco decidiram estudar ainda menos, e os que tinham estudado arduamente antes decidiram que agora queriam uma de borla; então, ninguém estudou muito a sério. A média nos segundo teste foi um 4; ninguém estava feliz. Pela altura do terceiro teste, a média foi um 1. Os resultados nunca aumentaram, mas o implicar e a culpa sim. A experiência resultou sentimentos de remorsos e tornou claro que ninguém estudaria pelo beneficio de um outro qualquer.
O que aconteceu não é surpreendente. Não estamos dispostos a fazer nada a menos que nos beneficie pessoalmente. Esta é a natureza humana; somos egoístas. A experiência da sala de aula ilustra lindamente este egoísmo, que somos simplesmente incapazes de fazer algo para beneficiar os outros a menos que nos beneficie directamente a nós. Experiências no governo baseadas no mesmo principio equalizador, como a experiência da sala de aula, falharam similarmente. Justiça e igualdade são um objectivo maravilhoso, mas o egoísmo humano nunca o irá permitir.
A Lei Altruísta da Natureza
O comportamento humano está em contraste afiado com o resto da Natureza. Na Natureza, todo o componente de um organismo vivo trabalha juntamente para o beneficio do corpo inteiro. Quaisquer células que trabalhem exclusivamente para seu próprio beneficio, são chamadas "cancro;" estas células cancerígenas egocêntricas destroem o corpo inteiro. Isto é análogo ao que estamos a ver no corpo maior da humanidade.
O Propósito da nossa Interligação Egoísta
Então, seria para o nosso bem, reconhecer, que somos um corpo interligado da humanidade. Estamos ligados globalmente, não apenas através da Internet, mas como os lideres mundiais proclamam, estamos ligados como nações e cidadãos de nações; estamos todos dependentes de uns e outros. A crise global financeira tornou fez isto claro, assim como o facto de que a nossa ligação é controlada egoisticamente, o que apresenta um problema de magnitude global.
O nosso egoísmo, o nosso desejo de nos beneficiarmos a nós mesmos, cresceu tanto, que tal como as células cancerígenas num corpo humano, estamos a destruir os outros na humanidade de forma a garantir que as nossas necessidades individuais são encontradas. Porém, a ciência da Cabala explica que tudo isto está a acontecer propositadamente. O nosso egoísmo foi intencionado a se desenvolver até este ponto, para que pudéssemos ver o seu efeito prejudicial, para que pudéssemos reconhecer que há um problema, e querermos concerta-lo.
Reparando a Ligação
Agora que o problema está diagnosticado, podemos procurar o remédio e reparar a ligação entre nós. A Cabala é uma ciência que estuda as leis da Natureza, concedendo-nos as ferramentas para remendar esta ligação. Podemos estudar e implementar as leis da Natureza dentro de nós mesmos. Quando as nossas ligações individuais forem reparadas de acordo com a Natureza, não apenas iremos corrigir os problemas entre as pessoas, mas também providenciar reparação verdadeira e duradoira para todos os problemas no mundo pois eles existem apenas como resultado da ligação quebrada na humanidade.
Através do aprender e harmonizar com as leis da Natureza, alcançamos um mundo perfeito que não conseguimos presentemente ver. Os Cabalistas já vêem este estado perfeito, à medida que reparamos a nossa ligação, nós também, podemos vê-la e existir nela.
Despertar para a Espiritualidade
Toda a pessoa experimenta um despertar do "ponto no coração" pelo menos uma vez na sua vida. Mas as pessoas normalmente pensam que o vazio e os sentimentos maus que têm são causados por razões terrenas. Uma pessoa não compreende que é a sua alma a despertar nela e a exigir ser desenvolvida.
Maior parte das pessoas não prestam atenção a estes momentos, que vêm até elas em vários ciclos de vida. Elas não compreendem que estes momentos os estão a empurrar para começar a desenvolver a alma. Em vez disso, pensam que são causados pelas causas terra-a-terra do costume, e não o objectivo exaltado superior.
Porém, depois de ser despertado muitas vezes assim, uma pessoa começa a compreender porque é que se sente mal. Esta realização é chamada a realização do mal. Uma pessoa realiza que se sente mal não porque está vazia, mas porque a sua vida é baseada em mentiras e falta de verdade. Ela sente isto tão fortemente que ela está pronta a escutar a verdade, não importando quão amarga possa ser.
Uma pessoa tem de compreender que quando perguntas difíceis a perseguem, quando a sua mente está pesada e ela se sente sem qualquer força, isto é o principio da revelação da alma. Neste ponto, ela não tem escolha a não ser desenvolve-la, dado que caso contrário irá apenas prolongar o seu sofrimento.
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