O Efeito Consumidor
Traduzido de: Kabbalah Today Issue #10
A globalização das economias significa que qualquer mercado local está inextricavelmente atado à economia global. O continuo declínio do dólar, ultimamente estimulado por mudanças no mercado da China, claramente demonstra quão independentes os mercados mundiais se tornaram. Temos de descobrir a maneira certa de agir dentro de um sistema interligado - e qual é o melhor exemplo para estudar que a Natureza, a mãe dos sistemas perfeitos e íntegros?
Eles (Quase) Acertaram no Jackpot
Myron Scholes e Robert Merton tiveram tudo o que os cientistas alguma vez sonharam: um Prémio Nobel em Economia, detendo professorados nas universidades mais prestigiadas mundiais e fama. Mas tudo isto esvaeceu quando uma oportunidade se apresentou a si mesma a meio dos anos noventa. Um bem conhecido corretor veterano desafiou o par a colocar o seu génio em prática e fazer montes de dinheiro.
Scholes e Merton estavam certos que jogar ao mercado era como lançar dados: você pode facilmente medir a probabilidade de toda e cada ocorrência. O seu plano à prova de tudo era de prever com exactidão o mercado através de estudos estatísticos.
Os dois cientistas reuniram um grupo de distintos professores de matemática e economia. Então, juntamente com o seu corretor ambicioso, estabeleceram um fundo de cobertura privado (um fundo de investimento que se destina lucrar sob quaisquer condições de mercado). Eles chamaram-lhe Gestão de Capital de Longo Prazo ou LTCM (Long-Term Capital Management). O fundo desenvolveu uma politica de investimento baseada em modelos matemáticos, estabeleceu seu quartel general num subúrbio chique perto de Wall Street, e os negócios começaram a andar.
Em quatro curtos anos, o fundo tornou-se a inveja de todo o banqueiro e comerciante de Wall Street. Tubarões veteranos da bolsa de valores não conseguiam acreditar nos seus olhos à medida que o fundo rendia assombrosos 40% de retorno por ano sem perdas ou flutuações. Parecia que os cientistas tinham descoberto a fórmula mágica, identificando padrões num mundo de imprevisibilidade. Por outras palavras, eles tinham descoberto uma maneira de fazer um grande monte de dinheiro.
Mais que nunca - cépticos banqueiros de investimento estavam impressionados pelo grupo. Na verdade, eles estavam tão impressionados que se ofereceram para financiar o fundo com um crédito de 100 biliões sem sequer pedir as garantias habituais. O fundo foi financeiramente ligado a todo o banco de Wall Street e montou uma rede de ligações complexa em que cada elo afectava toda a cadeia.
O LTCM parecia invencível até a uma noite fatídica em Setembro de 98, quando a bolha subitamente rebentou. O desastre começou com um acontecimento aparentemente inócuo - a desvalorização de Thai baht. Isto desencadeou uma súbita descida nos preços pelos Mercados Asiáticos e da Europa do Leste, a bola de neve simplesmente continuou a rolar até que eventualmente alcançou o LTCM. O fundo sofreu total colapso, causando aflição sem precedentes nos sistemas económicos a nível mundial.
Parecia que o mercado estava a dirigir-se suavemente para um beco sem saída. Num passo dramático, Alan Greenspan, o Presidente lendário da Reserva Federal dos E.U., convocou os cabeças de cada grande banco de Wall Street e da Europa para uma reunião de emergência à porta fechada. Finalmente, apenas as orações dos economistas e uma decisão muito custosa para salvar o LTCM, conseguiu salvar o mundo de uma profunda crise económica.
O Colapso é Contagioso
O presente declínio do dólar é reminiscente da situação que levou ao colapso do LTCM. Embora o dólar tenha estado numa espiral descendente há algum tempo, a queda mais dramática no seu valor foi estimulada por uma mudança na politica da China. A China, pragmaticamente preocupada com a sua própria economia, começou a desviar-se da moeda do dólar e a diversificar os seus investimentos. À medida que os ecos desta decisão ressoaram pelo mundo fora, países como a Arábia Saudita, Coreia do Sul, Venezuela, Irão e Rússia começaram a considerar desviar-se do dólar de forma a salvaguardar os seus bens.
Uma tendência similar revelou-se durante a recente Sub-Principal da Hipoteca (uma hipoteca dada a mutuários arriscados) que começou nos E.U. e se espalhou pelo mundo. Os efeitos do fiasco estão longe de terminar. A fusão afectou bolsas de valores, bancos, fundos de cobertura e empresas por todo o mundo. As maiores ondas de choque foram sentidas na Europa, Ásia, Canada e Austrália. A crise também afectou muitas corporações, fabricantes, empresas de marketing e até firmas de alta tecnologia.
Nova e novamente, um sentido de uma crise económica global ressurge. Todas as tentativas de prever tendências económicas provaram-se futeis. Hoje, a pergunta de um milhão de dólares é: Como estabelecemos um sistema verdadeiramente viável e estavel?
Os Sistemas Entre Nós
A resposta, diz a sabedoria da Cabala, é na verdade bastante simples. Melhor de tudo, você não tem de ser um economista brilhante para a perceber. Contudo, você tem de perceber que tudo o que fazemos, incluindo economias, tem de seguir as leis do sistema universal a que chamamos Natureza.
Os Cabalistas explicam que o plano global da Natureza é de trazer todas as suas partes, incluindo nós, à união perfeita. Na estrutura da sociedade humana, esta união significa que o trabalho de cada individuo beneficia o todo.
O melhor exemplo de tal comportamento são as células de um corpo vivo: elas estão interligadas e dão a uma à outra de forma a beneficiar o corpo como um todo. Neste sistema perfeito, o corpo providencia a uma célula com tudo o que ela precisa e a célula é totalmente dedicada a garantir o bem estar do corpo. No seu artigo, "Construindo a Sociedade Futura," o Cabalista Baal HaSulam escreve que "...cada membro é obrigado pela Natureza a receber as suas necessidades da sociedade, e também a beneficiar a sociedade pelo seu trabalho."
Os sistemas artificiais que estabelecemos na sociedade humana permanecem em completo contraste ao plano da Natureza. No núcleo do comportamento humano encontra-se o ego, que coloca estes sistemas em movimento. Os nossos egos preferem, o interesse pessoal e constrito sobre o beneficio do todo e advogam a perseguição de riqueza, honra e controlo, até (ou especialmente) à custa dos outros.
Tudo isto acarta uma relação directa às economias. No nosso sistema económico baseado pelo ego, interesses próprios do capital e accionistas são as prioridades de topo das empresas. Até quando as empresas contribuem para a comunidade, não podemos evitar imaginar se tal acção não é na verdade, um desejo básico de glorificar o seu nome nos média por mais publicidade e uma reputação polida.
Globalização + Ego = Beco Sem Saída
Após milhares de anos de desenvolvimento egoísta, finalmente nos encontramos a nós mesmos num canto apertado: quanto mais tentamos lucrar uns dos outros, mais descobrimos a nossa ligação para uns e outros, muito como as células de um corpo vivo descritas acima.
O colapso da LTCM há uma década atrás, a recente crise dos créditos, o presente declínio do dólar demonstram somente quão interligados os nossos sistemas são. A mais pequena flutuação no mercado local pode colocar o mercado global inteiro em turbulência.
Mas o mais é que cada acção que fazemos como consumidores afecta toda uma gama de outros sistemas. Tal como a metáfora do "Efeito Borboleta" para o caos matemático, "O Efeito Consumidor" funciona da mesma maneira.
Quando Rebecca da Filadélfia vai às compras no centro comercial do seu bairro, ela afecta significantemente as vidas de muitas pessoas à volta do mundo. Os produtos que ela compra podem determinar se uma fábrica irá continuar a operar, se uma familia terá de se mudar, e se uma criança será salva de morrer à fome. Quando Dan de Charlottesville faz zapping pelos canais de TV em casa, ele afecta o mercado de publicidade inteiro. Um clique do controlo remoto pode afectar os trabalhos e vidas de milhares de pessoas.
A globalização fez o nosso mundo tão frágil que a mais infima racha pode causar o seu estilhaçar. Eventos locais como a hipoteca da crise nos E.U., um desastre natural, um ataque terrorista, e tensão militar no Golfo Pérsico afectam os preços directamente das mercadorias internacionais e ameaçam a estabilidade económica global.
A Saída
“E a maravilha sobre isso é que a Natureza, como um juiz proficiente, nos pune de acordo com o nosso desenvolvimento, pois nossos olhos podem ver, que quanto mais a humanidade se desenvolve, maiores são as dores e sofrimento de alcançar nossos mantimentos e sustento.”
Baal HaSulam, "A Paz"
A sabedoria da Cabala dá-nos uma perspectiva muito mais larga sobre a nossa situação. Ela explica que nós somos como crianças nesta caixa de areia chamada Terra. E a Natureza está a desenvolver-nos gradualmente, muito como um pai que ensina suas crianças: quanto mais crescemos, mais nos é esperado que brinquemos bem.
A Cabala explica que a humanidade está a atravessar dois processos paralelos. Pr um lado, a Natureza está a empurrar-nos para nos unirmos e trabalhar como um corpo. Por outro lado, o egoísmo da humanidade está a crescer firmemente, e o facto de que estes dois processos estão a acontecer simultaneamente não é uma coincidência.
De uma maneira ou de outra, a humanidade terá de inverter o seu egoísmo e trabalhar como um corpo. Mas em vez de ter o empurrão da Natureza a fazer esta mudança, os Cabalistas sugerem que tomemos controlo do processo e o dominemos nós próprios.
Os Cabalistas explicam que através dos sistemas educacionais podemos elevar a consciência das pessoas de que a humanidade é como um corpo multi-celular, e que todos estamos interligados. Ao aprender sobre o sistema geral da Natureza e seus princípios, as pessoas irão compreender que mudanças implementar nos nossos sistemas sociais de forma a os equilibrar com a Natureza.
Ao agir de acordo com a Natureza, iremos prosperar em todo o reino das nossas vidas, incluindo as economias. Felizmente, já temos a ciência que explica o plano subjacente da Natureza. Ela é chamada "a sabedoria da Cabala."
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