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domingo, 2 de dezembro de 2018

O que é “Não Há Bênção Num Lugar Vazio” no Trabalho?

dezembro 02, 2018

Artigo nº 15, 1988

Está escrito no Zohar (Truma, Item 525): “Esta mesa fica no Templo para colocar comida e extrair dela comida. Portanto, não deve ficar vazia nem por um momento. A outra mesa, a do Sitra Achra [outro lado], é uma mesa de vazio, já que não há bênção no alto num lugar de défice e carência. Esta mesa está diante do Criador. A mesa na qual um homem abençoa diante do Criador também não deve estar vazia pois não há bênção num lugar vazio.”

Devemos entender por que não pode haver uma bênção num lugar vazio, e o que isso significa no trabalho sagrado, que a pessoa que deseja receber uma bênção do Criador deve tentar obter algo, pois somente deste modo o Criador lhe pode dar uma bênção.

Nossos sábios disseram: “O amaldiçoado não se apega ao Abençoado”. Por esta razão, Abraão não quis levar a filha de Eliezer, escrava de Abraão. Portanto, quando uma pessoa ora ao Criador para lhe dar aquilo que ela Lhe pede, e quando a pessoa faz uma oração sincera, do fundo do coração, a pessoa certamente se sente deficiente. Ele sente que é mais deficiente do que o mundo inteiro. Caso contrário, se houverem outras pessoas que sejam tão deficientes quanto ela, isso já não será mais considerado uma oração do fundo do coração, segundo a regra, “um problema compartilhado – é metade do problema”.

Assim, a sua carência já não é completa porque é somente meia carência, pois metade daquilo que lhe faltou é complementado pelos outros. Por esta razão, ele tem apenas metade de um Kli [vaso] para receber o preenchimento, aquela parte que os outros não podem dar porque não têm. Consequentemente, ele não tem mais do que metade da necessidade de receber preenchimento.

Por esta razão, a oração que a pessoa pede ao Criador para que lhe conceda o seu desejo deve ser do fundo do coração. Isso significa que como o coração é chamado “desejo”, se o desejo não vier do fundo do coração, já que ela não tem uma verdadeira necessidade de receber o preenchimento, a sua oração não será aceite.

Por esse motivo, a pessoa deve ver-se como a pior do mundo, e a questão de “um problema compartilhado – é metade do problema” não lhe pertencerá porque ela é a pior de todos, pois é sabido que a satisfação na vida não é necessariamente quando lhe faltam coisas que os outros têm e ela não. Em vez disso, ela pode estar a ganhar mais que os outros e até ter coisas mais importantes do que aquelas que a rodeiam, mas ainda assim pode não estar satisfeita com isso.

As mulheres sentem mais isso. Se lhes falta alguma coisa, mesmo que tenham muito mais que as amigas, elas sentem-se deficientes. Uma mulher pode dizer: “Prefiro morrer” e não recebem conforto por ter mais coisas do que as suas amigas. Se a carência toca no seu coração, ela diz que se sente mais infeliz que o mundo inteiro.

A razão é que quando uma pessoa sente uma verdadeira carência, não a conforta saber que os outros também não a têm. O sofrimento de não satisfazer o desejo determina, podendo até levar a pessoa ao suicídio. Somente isso é considerado uma verdadeira deficiência.

Aqui, no trabalho, se ele perceber que existe alguém que é semelhante a ele no que diz respeito ao desejo de espiritualidade, ele poderá ficar satisfeito por meio de “um problema compartilhado – é metade do problema”. Por essa razão, ele pode cair em desespero porque aceita a situação, pois então diz que é impossível obter aquilo que ele entende que lhe falta, porque passadas várias tentativas desde que começou o trabalho e falhou, ele prontamente decide que é difícil e que não para ele. E a razão pela qual ele decide prontamente é que o desejo por isso enfraqueceu nele pois ele recebeu uma satisfação para metade da carência na forma de “um problema compartilhado – é metade do problema”.

Isso é semelhante a uma pessoa que perde alguma coisa e está a procurá-la. Existe uma regra sobre quanto tempo ela deve dedicar à busca do objeto: Isso depende do valor do objeto. Se o objeto for muito valioso, ele dedicará muito tempo a procurá-lo. Se for menos, ele dedicará menos tempo.

É o mesmo aqui no trabalho. Se é muito importante para ele trabalhar em prol de doar, ele não desiste imediatamente, mas persiste e procura maneiras de chegar a isso. Isto não acontece se ele vir que há outras pessoas que não se envolvem na Torá e Mitsvot [mandamentos] com a intenção de alcançar Lishmá [pelo bem Dela], mas contentam-se em observar a Torá e Mitsvot como diz o Maimônides, que o segredo de ter de trabalhar em Lishmá não deve ser revelado a todos, e eles sentem que observando Torá e Mitsvot como foram criados, ficam felizes com isso e não buscam outros caminhos, e é isso que lhes agrada.

Esta é a razão pela qual mesmo que recebam algum despertar, que devem procurar a verdadeira intenção da Torá e Mitsvot, esse desejo não é assim tão importante para eles. Por isso, eles procuraram várias vezes o meio para caminhar no caminho da doação, e como não o encontram facilmente e não têm nenhuma verdadeira carência, eles começam a andar no caminho de Lishmá, e depois abandonam-o e seguem as massas.

No entanto, devemos entender as palavras de Maimônides quando ele diz: “Até que ganhem conhecimento e adquiram muita sabedoria, eles aprendem esse segredo pouco a pouco”. Devemos entender o que significa quando ele diz que lhes é ensinado esse segredo. Que segredo revelam eles quando lhes dizem que devem trabalhar em Lishmá? Quem não sabe que devemos servir ao Criador como está escrito: “E amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e com todas as tuas forças”?

Dizemos isto quatro vezes por dia: nas leituras, Shemá de Korbanot, Shemá de Yotzer Ohr, Shemá de Arvit, e Shemá al Hamita [quatro vezes o texto da Shemá é lido durante o dia]. Até as crianças dizem a leitura da Shemá. Assim, todos sabem que devemos trabalhar pelo bem do Criador, então qual é o segredo que lhes é revelado, que não havia necessidade de lhes revelar antes de “ganharem conhecimento e adquirirem muita sabedoria”?

Devemos também entender a medida de “ganhem conhecimento”. Como se mede o conhecimento deles para saber que agora é possível revelar-lhes o segredo de Lishmá, que não era assim anteriormente? E também, o que significa “e adquirir muita sabedoria”? Devemos entender o que é “sabedoria” e o que é “muita sabedoria”.

Devemos interpretar que sabedoria e conhecimento são aquilo que eles receberam dos professores no início do estudo, quando foram ensinados em Lo Lishmá [não pelo bem Dela]. Ou seja, ao acreditarem no Criador e nos sábios, eles serão recompensados, e se não o fizerem, serão punidos. Segue-se que eles entendem que observando a Torá e Mitsvot e amando o Criador “de todo o coração”, Ele nos recompensará, e a recompensa será que receberemos recompensa por observar tudo o que Ele nos ordenou. Ou seja, para não sentir vergonha ao receber o prazer, Ele nos deu mandamentos para seguirmos e nos paga pelo esforço. Dessa forma, não receberão algo de graça, mas sim um pagamento pelo esforço de trabalhar para Ele. Desta forma, não haverá vergonha.

Agora podemos entender o que são “conhecimento” e “sabedoria”. É aquilo que receberam no início do aprendizado, quando não conseguiam compreender mais do que a recompensa aceita em Kelim [vasos] de amor próprio. Ou seja, ainda não tinham sabedoria e conhecimento para entender que é vantajoso fazer algo naquilo que não seja para benefício pessoal, uma vez que não viam o que a vontade de receber para si ganharia com isso. Contudo, eles entenderam que é vantajoso observar a Torá e Mitsvot porque eles teriam sabedoria. Eles acreditaram que receberiam recompensa, que é a sabedoria e o conhecimento que adquiriram – que é vantajoso observar a Torá e Mitsvot para benefício pessoal.

Sucede-se, portanto, que “muita sabedoria” significa que eles conseguem compreender, recebendo o conhecimento para compreender algo novo. Isso é chamado “até que ganhem conhecimento e adquiram muita sabedoria”. Em outras palavras, agora eles veem que vale a pena trabalhar para o Criador e não para si mesmos. Mas antes disso, eles não tinham sabedoria ou conhecimento para compreender que era possível não trabalhar para benefício pessoal.

Daqui resulta que a proibição de revelar o segredo de Lishmá no início do aprendizado não significa que seja proibido, mas que seja impossível, pois eles não conseguiriam entender isso. Portanto, eles devem receber uma razão pela qual seja vantajoso trabalhar.

Portanto, quando “adquirem conhecimento e adquirirem muita sabedoria”, conseguirão escutar o segredo que antes eram proibidos de ouvir. Isto é, mesmo que lhes tivessem sido dito que o verdadeiro trabalho é o trabalho de doação, isso teria permanecido um segredo para eles porque não seriam capazes de compreendê-lo de forma alguma.

Em vez disso, depois de “adquirirem conhecimento, aprendem esse segredo pouco a pouco”. “Pouco a pouco” significa que eles começam a entender que é vantajoso trabalhar pelo bem do Criador e não pelo próprio bem. Por esta razão, devemos interpretar “até que obtenham conhecimento” como pertencente à visão da Torá, que é o oposto da visão dos senhorios. A visão dos senhorios é trabalhar para que todos os lucros fiquem em seu próprio domínio. Ou seja, ele quer ser o dono de todo o trabalho que faz, ou seja, fazer tudo em seu próprio benefício.

O seu oposto é a visão da Torá, como disseram os nossos sábios: “A Torá existe somente naquele que se condena à morte pelo bem Dela”. Interpretamos que isso significa que ele tem de morrer, ou seja, a vontade de receber para si mesmo, e de apegar-se a Ele, aquilo que nossos sábios interpretaram como “Apega-te aos Seus atributos; assim como Ele é misericordioso, também tu sê misericordioso.”

Por outras palavras, uma pessoa deve atingir um nível de anulação do desejo de amor próprio, e o seu único objetivo é amar o Criador. Isto é, tudo aquilo que ela faz deve ser somente com a meta de doar.

Este é o significado do que está escrito, “até que ganhem conhecimento e adquiram muita sabedoria”, quando já conseguem escutar o segredo do trabalho da doação, e porque conseguem compreender que este trabalho é um trabalho verdadeiro porque querem trabalhar para o Criador e não para si mesmos.

Agora vamos explicar o que perguntamos: Como sabemos que eles já têm muita sabedoria, como ele disse: “Até que adquiram conhecimento e adquiram muita sabedoria”? Como disse Baal HaSulam, este conhecimento e sabedoria vêm do alto, como despertar do alto.

No entanto, como sabemos isso? A resposta é que, uma vez que estas pessoas receberam um despertar do alto, elas não conseguem viver em paz, mas procuram de lugar em lugar quem será capaz de guiá-las para alcançar o trabalho de doação. Ao buscar um caminho para seguir em frente e não sentir satisfação no trabalho normal, é sinal de que ela recebeu conhecimento e despertar do alto. Essa pessoa, quando lhe for dito que existe a questão de ter que trabalhar pelo bem do Criador, será capaz de entender este segredo, uma vez que ela já tem o discernimento, “até que obtenham conhecimento”. Portanto, como ela tem o conhecimento para compreender, não é mais um segredo, pois segredo é enquanto não sabemos, ao contrário de quando sabemos.

No entanto, Maimônides diz: “E eles aprendem esse segredo pouco a pouco”. Devemos interpretar que não conseguimos compreender de imediato que a essência do trabalho é envolver-se em prol de doar. Pelo contrário, há altos e baixos neste entendimento porque este trabalho é contra a natureza. Por esta razão, assim que a pessoa entende que devemos trabalhar em Lishmá, o corpo o supera-a e argumenta que devemos trabalhar para o nosso próprio bem e não para o bem do Criador. Este é o significado de “pouco a pouco”. Ou seja, essa consciência, de que ela deve saber de uma vez por todas, não vem de uma só vez, mas um pouco de cada vez.

Para ser recompensada com trabalhar em prol de doar, uma pessoa não consegue alcançar isto sozinha. Pelo contrário, isto requer a ajuda do Criador. Nossos sábios disseram sobre isso: “Aquele que vem para se purificar é ajudado”. Isto significa que aquele que deseja purificar-se dos vasos de recepção e trabalhar em doação, recebe a assistência do Criador. Porém, para aquele que busca a ajuda do Criador, a sua oração tem de ser do fundo do coração. Isto é, a carência que ele sente, de que ele não consegue fazer algo pelo bem do Criador, mas apenas pelo seu próprio bem, este é o desejo de todo o coração, e ele não tem necessidade alguma que o Criador o ajude, exceto por esse motivo, visto que ele sente que se não conseguir trabalhar pelo bem do Criador, mas somente para si mesmo, ele não considera isto “vida”.

Com essa sensação, ele sente que é o pior e mais humilde homem do mundo. Apesar de que ele veja que existem pessoas no mundo que são respeitadas por terem muita Torá e muitas boas ações, embora ele não veja que elas estão a trabalhar em Lishmá, ainda assim, eles não sentem nenhuma deficiência em si mesmos. Portanto, ele pode dizer ao Criador que Ele deve ajudá-lo a alcançar Lishmá porque ele é o pior do mundo.

A razão pela qual ele precisa sentir que o seu estado é pior e que ele sofre mais do que o mundo inteiro é que, caso contrário, ele não terá um Kli completo para o Criador preencher. Isto é chamado “o fundo do coração”. Visto que o Criador é completo, quando Ele dá ao homem algo dentro do sua Kli, esse Kli também deve ser completo, significando um desejo completo sem qualquer mistura com outro desejo.

Portanto, quando uma pessoa vê que há outras que não se envolvem em Lishmá, mas não sentem que se encontram num estado tão mau, e “um problema compartilhado – é metade do problema”, eles complementam metade da sua carência com o seu preenchimento. Então, ele já não precisa que o Criador o ajude tendo apenas metade de uma carência. Segue-se que ele tem somente metade de um Kli, mas o Criador dá o Seu preenchimento somente num Kli completo, ou seja, numa carência completa.

Por esta razão, quando ele vê que há pessoas que têm menos vida do que ele, e ele vê que elas conseguem viver embora não tenham tal necessidade do trabalho de doação, e em qualquer dos casos ela não é pior do que eles são, por esse motivo, sua carência  é preenchida pelos demais. Mas se ele vir que é pior do que eles, no sentido de que não se pode enganar a si mesmo e dizer que está a fazer alguma coisa pelo bem do Criador, segue-se que só então será ele incapaz de receber ajuda dos outros. Portanto, ele sente que tem uma verdadeira carência, o que significa que está a sofrer mais do que todos por não ser capaz de trabalhar em prol de doar.

De acordo com o acima exposto, devemos interpretar aquilo que nossos sábios disseram (Avot, Capítulo 1), “Não sejais como escravos servindo ao grande para receber recompensa.” Devemos interpretar que quando a pessoa ora ao Criador para conceder os seus desejos, o seu desejo não deveria ser para receber recompensa, ou seja, meio preenchimento, onde ela ora para que Ele satisfaça apenas metade da sua carência, uma vez que metade da carência já foi preenchida pelos outros, como em “um problema compartilhado – é metade do problema”, já que ela não sente que o seu estado seja o pior do mundo.

Mas quando ela vê que seu estado é pior que o do mundo inteiro, ela não recebe nenhuma satisfação do público. Naturalmente, quando ela ora para que o Criador conceda o seu desejo, ela tem um Kli completo com uma carência. Isto não acontece quando ela recebe uma recompensa dos outros, pois Pras [recompensa] vem do versículo: “Paras [cortado ao meio] ao amanhecer e Paras ao entardecer.”

Agora podemos interpretar aquilo que perguntamos que não há bênção num lugar vazio, isso porque o amaldiçoado não se apega ao Abençoado. Por esta razão, ele não consegue receber o preenchimento da sua oração, pois a bênção não consegue ir para um lugar de maldição, como nas palavras do Zohar.

De acordo com o que explicamos, a oração não é considerada uma oração verdadeira, a menos que ele sinta que é a pior pessoa do mundo e que não há mais ninguém no mundo que sofra como ele por causa do mal dentro dele. Sucede-se que ele é chamado “amaldiçoado”, e como pode ele receber satisfação por sua carência, já que “abençoado não se apega ao amaldiçoado”.

A resposta é que “amaldiçoado” é considerado o oposto de Kedushá [santidade/sagrado]. Kedushá é bênção e vida, e na carência, não há nada que possa conter alguma vida, uma vez que o pobre não tem coisa alguma da qual receber vitalidade, como disseram os nossos sábios: “O pobre é considerado morto”. Por esta razão, eles disseram no Zohar que uma mesa na qual uma pessoa abençoa diante do Criador também não deve estar vazia, pois não há bênção num lugar vazio.

Contudo, quando uma pessoa reflete sobre se ela é realmente como ela se sente, que o fato de ela não conseguir fazer nada pelo bem do Criador é verdadeiramente um estado de maldade e humildade, que não poderia haver pior pessoa do que ela. Se sim, a questão é: Qual é o mérito que ela tem, por ter sido recompensada com ver a verdade, enquanto que outros não foram recompensados, mas antes pensam que estão completos?

Embora eles também sintam que ainda não possuem a verdadeira plenitude, eles ainda assim sentem que estão acima do público em geral, já que têm a Torá e o trabalho, exceto que precisam adicionar um pouco mais em quantidade. Mas em qualidade, embora entendam que há mais a acrescentar, não é assim tão mau; há pessoas piores. Eles acreditam que há sempre mais a acrescentar, mas podem prescindir do acréscimo em relação a aquilo que já têm.

Assim, por que sente essa pessoa que realmente não tem nada? Quem lhe revelou este segredo que devemos trabalhar em Lishmá e que ela ainda está longe disso? Por isso sofre e sente que é pobre, que não tem nada, e muitas vezes pensa que seria melhor morrer.

Ela vê que não é melhor que os outros, mas qual é a razão pela qual foi recompensada com ver a verdade? Ela diz que saber isso deve ter vindo do alto, e não de seus próprios poderes. Portanto, agora ela vê que o Criador é mais atencioso com ela do que com os outros. Segue-se que sobre isso, que Ele lhe revelou a verdade do alto, que é o que diz Maimônides, que esse segredo não é revelado até que eles ganhem conhecimento e adquiram muita sabedoria, agora a pessoa vê isso do alto, o segredo de ter trabalhar em Lishmá lhe foi revelado.

Agora ela ora para que o Criador a aproxime e lhe dê assistência, como disseram nossos sábios: “Aquele que vem para se purificar é ajudado”. Ou seja, ele já tem alguma coisa e não é mais considerado como tendo uma mesa vazia, pelo fato de ter vindo para se purificar, ou seja, saber que sente necessidade do trabalho de Lishmá, isso é em si considerado uma bênção, o que significa que a pessoa foi recompensada com saber a verdade.

Por esse motivo, por saber isso, a pessoa deve agradecer ao Criador. Isso é chamado “uma bênção”. Nisto pode haver uma bênção do alto, pois não é uma coisa vazia – que a pessoa tenha sido recompensada por saber que devemos trilhar no caminho da doação. Isto significa que o facto de ela querer trilhar o caminho da doação, ele não sente isso como um luxo, como um excedente ao trabalho. Em vez disso, ele sente isso como o cerne. Isto é, a essência do trabalho do homem é que nos foram dadas a Torá e as Mitsvot para purificar Israel através deles. Ela não vê nenhum progresso nesta purificação. Pelo contrário, cada vez ela vê o quão longe está do trabalho da doação e vê que agora está mais imersa no amor próprio.

Segue-se, portanto, que agora ela tem na sua oração uma vida que recebeu do alto e pela qual ela deve agradecer ao Criador. Considera-se que ela já tem uma bênção, e a bênção superior tem algo em que se apoiar. Isso não é mais considerado algo vazio. Pode-se dizer sobre isso: “Serve ao Senhor com alegria”.

Isto levanta a questão: Como alguém pode ficar feliz quando deveria orar do fundo do coração? o que significa que ele não tem nada, então como ele pode ficar feliz? A resposta é que ele acredita que a sua oração ao Criador o aproximará do trabalho pelo bem do Criador, e que esta é a essência do trabalho do homem, e ele recebeu isto do alto. Essa consciência permite que fique feliz por ter sido recompensado com a compreensão da verdade sobre aquilo que lhe falta e pelo que deve orar.

Agora nós vemos que o homem deve receber vida do presente, daquilo que ele tem agora. Isto é considerado que a mesa na qual a pessoa abençoa diante do Criador não está vazia, como dito no Zohar. Ou seja, ele tem algo de onde receber vida, como está escrito, vida e bênção. E aquilo que ele pede é que ele quer receber e desfrutar do futuro. Ou seja, a pessoa recebe vitalidade daquilo que a faz feliz agora, e isso é considerado viver a partir do presente.

Isto é, quando podemos dizer que ele se alimenta do presente? Se ele souber valorizar o fato de que o Criador lhe deu o conhecimento da verdade. Nesse momento ele vê que o Criador é realmente atencioso com ele e que cuida dele para ver se ele caminha no caminho da verdade. Se ele conseguir acreditar nisso, então ele terá nutrição, ele se alimentará do fato de ter vida. E uma pessoa pode ver a sua medida de fé de acordo com a gratidão que ela dá ao Criador por isso. Isto significa que se ela não consegue agradecer ao Criador pela carência que o Criador lhe mostrou, isso é por falta de fé que o Criador zela por ele com Providência Privada.

Você poderia questionar: Se ele consegue ficar feliz e acreditar que o Criador o guia na Providência Privada, por que deve ele orar ao Criador? Além disso, se ele agradece ao Criador pela carência, como pode então orar do fundo do coração e dizer que está a sofrer por estar longe do Criador? Uma coisa contradiz a outra. Se ele tem alegria no presente e recebe vitalidade disto, o que deve ele pedir do futuro, para que o Criador atenda aos seus desejos?

A resposta é que dizemos que o facto da pessoa estar feliz decorre do facto de ela ter conhecido a verdade de que o caminho da doação, que é a essência do nosso trabalho, ela ainda nem sequer o começou. Portanto, dói-lhe o fato de estar distante. E se ela não sofre com o seu afastamento do Criador e ainda está imersa no amor próprio, que tipo de verdade é esta, que podemos agradecer ao Criador por nos revelar a verdade – por estarmos no fundo do poço, o lugar das Klipot [cascas/cascas] e do Sitra Achra [outro lado]. Ao saber disso, o Criador a salva da morte.

Se ela concorda em permanecer separada do Criador e se ela obtém satisfação com isso, então ela ainda está num estado de “segredo”, pois Lo Lishmá é chamada “poção da morte”, já que ela deseja permanecer nesse estado. Segue-se que mesmo a gratidão que ela dá ao Criador não é a verdade, pois ela ainda não conhece o segredo que os ímpios nas suas vidas são chamados “mortos” porque estão separados da Vida das Vidas e querem permanecer em Lo Lishmá.

Pelo contrário, precisamente na medida que ela pede sobre o futuro, que o Criador a liberte do governo do amor próprio, que agora o Criador lhe contou o segredo de que a essência do trabalho é Lishmá, e ela sofre com isso e deseja que o Criador a ajude o mais rápido possível, então pode-se dizer que ele está feliz porque o Criador lhe revelou a verdade. Portanto, devemos compreender esses dois opostos num só sujeito: um está no presente, que ela alcançou o reconhecimento do mal, e desse estado ela deve escapar, e a satisfação dessa deficiência está no futuro.

Segue-se que a bênção no começo é porque ela conheceu a verdade, e disto ela deve extrair alegria no presente. Isto é chamado “serve ao Senhor com alegria”. Depois, há uma bênção, ou seja, no futuro, que ela receberá o preenchimento, que o Criador lhe dará a assistência, como disseram os nossos sábios: “Aquele que vem para se purificar é ajudado”. Isto é o que significa que quando a pessoa vem orar, ela não deve estar num estado de amaldiçoada, mas sim num estado de abençoada.

Consequentemente, devemos interpretar o que os nossos sábios disseram: “Uma pessoa deve sempre estabelecer o louvor ao Criador e depois orar” (Berachot 32). Isto é, antes da oração, ela deve ver que ela não é um Kli vazio, mas que tem a bênção de receber do Criador a consciência da verdade – que devemos trabalhar para o bem do Criador e não para o nosso próprio bem. Ela agradece ao Criador por deixá-la saber pelo que deve orar.

Está escrito: “estabelecer o louvor ao Criador”. Que louvor é esse que ela deve dizer? A resposta é que cabe ao Criador revelar-lhe a verdade que ela não tinha, e que ela não se engane a si mesma pensando que ela está bem, tal como pensa o público geral. Em vez disso, o Criador revelou-lhe que lhe falta uma coisa essencial, e se ela orar por isso, ou seja, se ela sabe a grande necessidade de saber o que realmente lhe falta, como ela agora entende, então ele tem um Kli que o Criador pode preencher, pois agora ela está a fazer uma oração do fundo do coração. Isso é chamado “um Kli completo.”

A pessoa precisa saber que na verdade ela não necessita de nada além da capacidade de poder fazer tudo pelo bem do Criador, pois só assim ela poderá receber o deleite e o prazer, já que o Criador criou o mundo apenas para este propósito - fazer o bem às Suas criações.

De acordo com o exposto, podemos interpretar as palavras do Zohar onde diz: “A outra mesa, a do Sitra Achra, é uma mesa vazia.” Como explicamos sobre a mesa de Kedushá, que O Zohar chama “A mesa na qual um homem abençoa diante do Criador não deve estar vazia porque não há bênção num lugar vazio”, isso ocorre porque o amaldiçoado não se apega ao abençoado. A mesa é um lugar onde recebemos a bênção do Criador. Por isso, Kedushá significa que ele acredita que o Criador lhe deu o conhecimento do que deve pedir.

Esta é uma grande bênção quando sabemos o motivo da doença. Isto não é assim com o Sitra Achra. Ou seja, quando uma pessoa pede ao Criador que conceda os seus desejos e lhe envie uma bênção, mas não acredita que o Criador lhe deu espaço para orar, este é o Sitra Achra, que é diferente da Kedushá.


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